Para eu me lembrar:

"Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer."

Amyr Klink

Linfoma de Hodgkin

"Linfoma é um câncer do sangue, potencialmente curável, que ocorre nos linfócitos, células do sistema linfático, que fazem parte da defesa natural do corpo contra infecções."

Pensamentos

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Devo estar envelhecendo...

De repente as coisas ficam longe... Show, concerto, viagem. Mês, ano. Congressos, faculdades...

Estava pensando esses dias nas coisas que já fiz, nos planos que fiz e que cumpri, em outros tantos que ainda não realizei, nos que modifiquei... e percebi que cada uma das coisas que fiz encontram-se hoje no mesmo lugar das histórias de família que me foram contadas desde a infância, as quais consigo contar sem titubear, mesmo tendo acontecido 50 ou até mais anos antes de eu nascer. De repente, os acontecimentos de 2000, 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009 estão no mesmo lugar que os de 1900...

Hoje entrei na comunidade dos professores da prefeitura e fiz um comentário como se fosse jurássica, e não foi a primeira vez. Entrei na comunidade de linfoma e vi o link de uma entrevista do Tadeu e da Bruna, coisa de 6 meses atrás, mas que já não é mais o presente, faz parte do passado, e foi também levado para o lugar das histórias centenárias.

Estou procurando cursos à distância para colocar ao menos meu cérebro em atividade, tentando me atualizar. Entrei num portal de cursos variados, a maioria ligados à educação, e nos primeiros textos, não vi nenhuma novidade. Ainda vou estudá-los com atenção, mas tenho muita coisa latente, que preciso rever para melhor utilizar daqui pra frente.

Estou enferrujada, sem praticar nada do que fazia antes, mas vou retomar tudo, uma coisa por vez, e serei melhor do que antes. Ou talvez não, talvez eu seja pior do que antes, mas serei algo.


Uma surpresa inesperada (mas nem tanto)


Essa semana o Dr. Hodgkin proporcionou-me um novo encontro, com a tal da "Zoster"Desde sexta-feira à tarde que estou com umas "bolhinhas" no ombro esquerdo, e algumas pontadas no local, como se estivesse queimado de sol. 

Sábado liguei para a médica que estava de plantão no hospital-dia, e ela me orientou a ir ao pronto socorro (ela já imaginava o diagnóstico e quis evitar que seus outros pacientes tivessem contato). Assim que a médica do PS pôs os olhos no meu ombro já confirmou que era mesmo a "zoster". Eu tinha quase certeza do diagnóstico, mas não podia fazer nada, muito menos me prescrever a medicação correta (até sabia o remédio - Aciclovir - mas não a dose).

Felizmente está bem discreto e não tive as tais dores nevrálgicas que tanto atormentam quando a área afetada é grande. Na verdade, já está secando.

Essa reação é de certa forma comum aos pacientes transplantados, e geralmente ocorre a partir da fase em que me encontro, próximo aos 3 meses do procedimento, mas também é facilmente tratado com doses pertinentes de aciclovir, medicamento que tomei preventivamente durante as 2 semanas pós-tmo. 

O vírus da varicela (catapora) resolveu manifestar-se num pequeno deslize de meu sistema imunológico, nem reconhecido pelos valores de referência do laboratório do pronto socorro, o que me deixou intrigada, e me levou a comparar com os valores de referência adotados pelos laboratórios em que sempre faço meus exames (inclusive o hospital dia utiliza seus serviços). E lá encontrei a resposta para essa oportunista ter conseguido me pegar: 

Neutrófilos: 1.824/mm³ ou 32%
Valores de referência:
PS: 1750 - 8400/mm³ (normal)
Lab: de 45,5 até 73,5 % de 1.600 até 7.700 /μL (abaixo)

Linfócitos: 3.078/mm³ ou 54%
Valores de referência:
PS: 700 - 3150/mm³ (normal)
Lab: de 20,3 até 47,0 % de 1.000 até 3.900 /μL
Nas porcentagens, os neutrófilos estavam abaixo (32%) do padrão do laboratório e os linfócitos acima (54%). Ou seja, queda da imunidade (neutrófilos) e mostra de combate à infecção (linfócitos).

Voltemos à Herpes Zoster

O herpes simples não deve ser confundido com o herpes zoster, provocado por um vírus da mesma família do herpes simples, mas com quadro clínico bastante diferente. As vesículas acometem um lado só de determinada região do corpo, mas as lesões são muito mais extensas e estão associadas à dor intensa e persistente. Nesse caso, o tratamento precisa ser mais agressivo, porque a doença é mais grave.

Herpes é uma doença identificada, na maior parte das vezes, pelas vesículas que aparecem nos lábios e que algumas pessoas chamam inadequadamente de febre intestinal. Essa lesão caracteriza o herpes simples que pode acometer também os genitais. No herpes-zóster, popularmente conhecido como cobreiro, as pequenas vesículas que se formam na pele acompanham o trajeto das raízes nervosas (imagem 1) numa faixa que pega sempre um lado só do corpo.

Causado pelo vírus da catapora, fez a fama de muitos benzedores que passavam um traço dividindo o corpo da pessoa infectada em duas metades e preconizavam – Daqui não vai passar! E nunca passa mesmo porque a doença afeta apenas o nervo que vem pelo lado direito, por exemplo. Do lado oposto, o nervo é o outro e vem da esquerda. 

As bolhinhas já estão secando. Tomo 5 vezes ao dia o remédio (10 comprimidinhos) e antes de dormir, para as pontadas não atrapalharem o sono, tenho tomado lisador. A médica chegou a me recomendar Tylex, e o médico do PS Ibuprofeno (que é ruim pra quem já teve gastrite, como eu), mas não é necessário, é só uma dorzinha que de vez em quando aparece, mais do que suportável.

2 comentários:

  1. Oi, Carin!
    Pra quem já superou tanta coisa com brio, essa herpes é "fichinha". Afatei-me por duas semanas de tudo e ao retornar fico feliz em ver o seu restabelecimento. Saúde, muita!Bjs

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  2. Não seremos nunca como antes...nem melhores, nem piores...apenas somos o que nos é possível...
    Um dia de cada vez...somos o que podemos ser.

    bjos

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