Para eu me lembrar:

"Descobri como é bom chegar quando se tem paciência. E para se chegar, onde quer que seja, aprendi que não é preciso dominar a força, mas a razão. É preciso, antes de mais nada, querer."

Amyr Klink

Linfoma de Hodgkin

"Linfoma é um câncer do sangue, potencialmente curável, que ocorre nos linfócitos, células do sistema linfático, que fazem parte da defesa natural do corpo contra infecções."

Pensamentos

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Indignação... Numa hora tão difícil as pessoas ainda passam por constrangimentos

Cheguei agora da aula, e hoje tivemos uma notícia triste, mas daquelas que no ambiente hospitalar é um tanto comum: uma menina que estava em tratamento abriu as asas e voou.

O curso de Pedagogia Hospitalar tem uma boa parte de suas aulas voltada para a questão do morrer, que precisamos nos preparar para isso, pois, como já dizia minha avó, é a única certeza que temos na vida, mesmo sem sabermos quando nem como. Apesar de semana passada ou retrasada termos comentado dos planos dessa menina em fazer faculdade, de ter conseguido fazer a prova do ENEM/2009, que seria enviada para sua escola de origem para servir de avaliação e poder concluir o ensino médio, parece que seu tempo estava se esgotando. 


Mas o que é mais penoso, é a parte que sua família está vivendo agora, a dificuldade de fazer o translado da menina para sua cidade. É isso mesmo, dificuldade para levá-la para ser velada e sepultada em sua terra. 


O governo custeia as passagens dos pacientes e de um acompanhante, mas quando o tratamento é interrompido pela morte, o governo não paga o transporte de volta de nenhum dos dois. Outro dia uma professora do hospital comentou isso, e agora a situação real se apresenta lá. Acho que é hora da sociedade pressionar as autoridades para mudarmos esse quadro vergonhoso. Justo no momento de maior vulnerabilidade, quando a família mais precisa que o auxílio (que já não é o ideal) cessa de vez, deixando uma mãe ou qualquer outra pessoa que acompanhe o paciente numa cidade distante, chorando a perda de seu ente querido, e sem ter como voltar pra casa, para o amparo dos seus, sem poder encerrar a história de seu filho como pretende. 

Isso é mais do que vergonhoso, nem sei que palavras utilizar para expressar minha indignação. 

Estamos em dezembro, época complicada para conseguir-se passagens aéreas, estão todas com os preços altos e escassas. Fora que transportar um corpo exige outras medidas legais, como documentação especial, embalsamamento, regras de transporte aéreo (não ter animais na carga do avião, por exemplo). Enfim, a união de burocracia, desgaste e custos elevados. 

Nem sei mais o que escrever... Mas é algo a pensarmos, nos organizarmos e mobilizarmos a sociedade, para que nossos representantes políticos mudem esse panorama através de leis que reparem essa falha imensa.

3 comentários:

  1. É realmente um absurdo.
    A família já está passando por um momento indescritível e ainda não consegue levá-la para perto dos seus.
    Mais uma vergonha nesse país.

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  2. O Brasil nunca consegue parar de produzir histórias de contradição como essa.

    Que bom que pessoas como voce podem denunciá-las.

    beijo

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  3. Oi C@rin, é uma situação absurda mesmo, de nos deixar muda por dentro e por fora. Mas claro que podemos aceitar o aumento de 62% dos deputados afinal eles nos representam mas só aprovam rápido aquilo que convém a eles.
    É demais...
    @@

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C@rin